Análise crítica do filme Muito além do peso.
O
filme começa com uma situação comum do cotidiano, no cuidar de uma
criança: de quando ela faz “birra”, chora, apronta para conseguir dos
pais o que quer. Geralmente os pais acabam cedendo a isso e a criança consegue. O problema é que as crianças, que
vivenciaram poucas experiências e que possuem uma bagagem de
conhecimento muito pequena, logo, não sabem fazer escolhas, se são boas
ou ruins e, muitos adultos, para não se estressarem mais como apelo delas pelo que desejam comer (como no caso
do filme), dão os salgadinhos, o refrigerante e a comida não-saudável
de “fast food”, sem medir as conseqüências. Isso pode implicar uma série
de problemas à saúde da criança, como a obesidade.
Ao longo do filme são entrevistados crianças, jovens, responsáveis e
profissionais da saúde e pessoas públicas ligadas ao âmbito da nutrição,
do hábito alimentar, para desvendar a razão de alimentos com pouco
valor nutritivo serem os mais consumidos e dos casos numerosos de
obesidade. E dessas “investigações” se evidenciam o desconhecimento do
cidadão sobre o próprio alimento, a incompetência do Governo de promoção
a saúde e ao esporte, a precariedade do sistema de ensino e de
alimentação na educação básica para orientar nutrição e saúde, a
“familiaridade” dos filhos com a TV e com computador maior do que com a
prática física, a estratégia das empresas de produtos alimentícios de
associar seus produtos a um desenho animado da TV de quem as crianças
são fãs, aos gostos dos adolescentes, e ao sentimento de felicidade e de
superioridade. Todos esses fatos já são incorporados na sociedade como
costume, cultural, quase irreversível, que faz até mesmo muitas as mães
darem refrigerantes aos seus bebês e não cumprirem corretamente o
período de amamentação pós-gestação, as crianças desconhecerem vários
alimentos de bom valor nutritivo como legumes e frutas, e o Governo ser
parceiro de uma empresa de “fast food”, que serve alimentos de péssimo
valor nutritivo, para promover a boa alimentação.
E
na última parte dessa produção uma personalidade estrangeira, com sua
opinião, liga as grandes empresas alimentícias, as que vendem os
produtos prejudiciais a saúde, ao topo de detentoras de grande poder no
mundo, fazendo com que os Estados, os Governos sejam seus serventes,
marionetes.
Pelo fato de as causas desse quadro negativo
estarem impregnadas na cultura de muitas regiões e globalizadas,
combater a obesidade não será como descobrir um remédio, uma solução e
distribuir a todos como se fosse vacina; depende de atitudes diferentes e
inteligentes tanto dos que forem se tornar líderes em uma mobilização
contra isso quanto dos cidadãos.
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